quinta-feira, 12 de abril de 2012

Condições dos trabalhadores da Andrade Gutierrez na Arena Amazônia

Cuiroso como algumas matérias demoram (e as vezes sem são divulgadas) no RS.
Especialmente depois que a Andrade Gutierrez começou a despejar dinheiro em publicidade nos meios de imprensa.
Ou alguém leu alguma coisa a respeito disso:
http://apublica.org/2012/03/fui-tratado-como-cachorro-diz-ex-funcionario-da-arena-amazonia/

"Fui tratado como cachorro", diz ex-funcionário da Arena Amazônia
Após denúncia ao Ministério Público, trabalhadores da Arena Amazônia fazem paralisação e são demitidos. A Pública falou com dois ex-funcionários da obra. Ambos falam em descaso e assédio.


O mecânico V. (que não quer se identificar por temer represálias), 43 anos, trabalhou durante um ano e um mês nas obras da Arena Amazônia em Manaus. Hoje, move um processo contra a empresa Andrade Gutierrez por danos morais. Ele entrou em contato com a Pública após a publicação da entrevista com o procurador do Ministério Público do Trabalho, Jorsinei Dourado<http://apublica.org/2012/02/1708/>, a respeito da denúncia de 500 trabalhadores da Arena sobre maus tratos sofridos no emprego.

V. diz que hoje toma remédios controlados para depressão e ansiedade, além de ter ficado com danos irreversíveis na coluna devido a uma lesão que sofreu na obra por carregar muito peso: "Mandaram quatro mecânicos embora e eu tive de fazer o trabalho deles sozinho" conta. Ele também diz que quebrou o dedo em um acidente de trabalho e, além de não ter sido socorrido, descobriu que não tinha convênio médico – apesar do valor correspondente ao benefício ter sido descontado do salário durante todos o período em que trabalhou lá: "Quando fui questionar a chefia sobre isso, fui demitido" lembra V., que hoje faz entregas com sua pick up para sobreviver.

"Não tenho curso superior, mas sei como o ser humano deve ser tratado e lá eu fui tratado como cachorro"

O advogado de V., Aron Pereira Whibbe, diz que seu escritório cuida de cerca de 15 ações movidas contra a Andrade Gutierrez por trabalhadores de obras da Copa em Manaus: "Danos morais, acúmulo de função, não pagamento do plus salarial e desvio de função, são os motivos principais" descreve. "No caso de V. nós estamos pedindo a reintegração, já que ele foi demitido após sofrer um acidente no trabalho e isso é proibido por lei; o pagamento destes salários que ele deixou de receber e danos morais". Whibbe diz que a Andrade Gutierrez não costuma se manifestar ou discutir acordos: "Ela sempre recorre e leva até a última instância. Ao menos é isso que fez até agora".

No dia 22 de março, cerca de 150 funcionários da Arena entraram em greve reivindicando ajustes salariais, o pagamento correto de horas extras e o fim do assédio por parte dos patrões. Aos jornais locais, os trabalhadores reafirmaram sofrer humilhações e ameaças constantes de demissão. A investigação por parte do MPT-AM, que dá continuação à advertência emitida em fevereiro, segue em sigilo.

Nesta quarta- feira (28) a Andrade Gutierrez se reuniu pela segunda vez com o Ministério do Trabalho e Emprego do Amazonas (a primeira foi no dia da paralisação, quando a empresa teria acordado dentre outras coisas a não demitir os funcionários) e, segundo o superintendente do Trabalho e Emprego do Amazonas, Dernilson Chagas, concordou em reajustar os salários e benefícios dos trabalhadores.

O Fórum Popular da Copa de 2014 em Manaus, que estava presente na última reunião, afirmou que cerca de 200 funcionários grevistas foram demitidos por conta do ato. E que mesmo com a intermediação da Superintendência Regional do Trabalho, a construtora alegou que não seria possível readimiti-los por questões técnicas. A Pública conversou com um destes trabalhadores, o marceneiro Levy (que preferiu não dar o sobrenome). Ele confirmou as demissões: "Eles desceram, pegaram os nossos crachás e tivemos que ir embora. Nos trataram como capachos. Foram muitos pais de família demitidos e eles tinham prometido que não iriam demitir" disse por telefone.

O superintendente Dernilson falou em 48 demissões, todas por justa causa: "A empresa diz que acabaram as atividades destes trabalhadores na empresa".

Leia a entrevista com V:

Quanto tempo o senhor trabalhou nas obras da Arena Amazônia?

Durante um ano e um mês. Hoje eu tomo 3 remédios controlados por causa da situação que passei lá: para a cabeça, para a coluna e para ansiedade. Também faço fisioterapia porque tive danos na lombar por carregar muito peso.

Mas por que carregava tanto peso?

Porque mandaram quatro mecânicos embora e eu fazia o trabalho deles. Trabalhava com caminhões, era pesado: de segunda a sábado das sete e meia da manhã às cinco da tarde, com pausa para o almoço às 10 da manhã. Mas este não foi o único acidente. Eu também quebrei o dedo na obra e não só não fui atendido como eles não fizeram a CAT (comunicado de acidente de trabalho). Tive de procurar um hospital público porque descobri que não tinha convênio médico, apesar de ter direito. Não me deram nenhum dia de folga.

Se o senhor tinha direito ao plano de saúde, porque não pôde ser atendido em um hospital do convênio?

Pois é, fui questionar a assistente social e ela mesma me disse que eu poderia processar a empresa, porque eu tinha esse direito. Aí fui perguntar para o meu chefe e ele disse que tinham esquecido de me dar o contrato do plano para assinar! Quando disse que procuraria meus direitos eles me demitiram. Nem poderiam me demitir, porque quando a gente sofre acidente no trabalho, ganha uma licença e fica seguro no emprego por um ano. Mas eles não respeitam nada. Tenho tudo documentado, tudo isso provado. O diretor chegou a me chamar para pedir desculpas e perguntar se eu tinha denunciado a empresa para o Ministério do Trabalho. Disse que não, mas que conhecia meus direitos. Fui demitido.

Como era o clima de trabalho lá?

Era ruim. Eles trabalham com metas então a gente tinha cumprir de qualquer jeito. Era uma pressão muito grande. Por isso tanta gente denunciou a empresa por assédio. Eu vi gente se socar lá dentro. Mas eles abafam essas coisas. Um dia que não esqueço mais foi quando eles me deram uma camisa da FIFA. Aí fui trabalhar com ela, passei pelo meu chefe, pelo moço do Recursos Humanos, pelo porteiro e ninguém disse nada. Quando estava no refeitório, com mais de 200 pessoas, meu chefe, o rapaz do RH e um segurança foram me tirar do almoço dizendo que eu não podia trabalhar com aquela camisa. Na frente de todos, foi a maior humilhação. Olha, eu não tenho curso superior mas sei como o ser humano deve ser tratado. E lá eu fui tratado como cachorro.

E o processo, como anda?

A audiência vai ser em junho e eu espero que a empresa pague pelo que fez. Não está certo. Eu faço fisioterapia até hoje, tomo esses remédios controlados, minha vida virou um inferno. Tenho 43 anos e sou mecânico mas tenho que fazer carreto para sobreviver por causa dos danos na coluna.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Camisa do Grêmio 2012

Após a crítica que fiz ontem sobre a falta de originalidade da camisa branca do Grêmio para 2012, post anterior, vou fazer alguns comentários sobre a coleção apresentada pela Topper.
Acho que o comentário geral é: “não é feia mas eu esperava mais”.
Com certeza.
Primeiro, a camisa tricolor, que era para lembrar a camisa de 1954, na minha opinião, não tem tantos elementos daquela camisa, salvo os punhos brancos, que ficaram legais.
Faltou, por exemplo, a barra inferior da camisa ser branca, como aquele modelo.
E seria pedir muito a camisa ter o distintivo antigo ? Não é nada tão absurdo pois o Palmeiras fez isso com a atual camisa.
Acho que, ai sim, a camisa poderia ser chamada de “estilo retro”. Do jeito que está, lembra uma mescla da camisa de 2009 (gola de marinheiro) e 2010 (listras grossas).
Ponto positivo para os abrigos, que são atualizações da linha passeio que a Topper lançou em 2011, mas aquela linha era sem o distintivo. 
Ainda sobre a camisa reserva, já vi fotos da camisa de 1962, e ela era azul, com tarja preta com bordas brancas e não camisa branca com faixa preta e azul, como pode-se ver nessa foto da excursão na Grécia, em 1962:


Acho que se o modelo fosse exatamente como o de 1962, a camisa seria bem interessante. 
Concluindo, de uma linha que se esperava muito, o resultado deixou a desejar. Resta esperar mais inspiração da Topper para a camisa azul e para as outras duas camisas que serão lançadas no final do ano. 
Em um coleção que o que mais agradou foi a meia reserva, é sinal que não ficou muito legal não.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Faltou criatividade

Só essa comparação já demonstra a falta de criatividade da Topper nesta nova coleção de camisas do Grêmio.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Após tocar em Pompéia, Roger Waters confirma show nas Ruínas do Beira-Rio.

Roger Waters fazendo a passagem de som nas ruínas do Beira-Rio.
Após o cancelamento da Copa das Confederações e da Chegada do Papai Noel, pelo atraso nas obras do Beira-Rio, Roger Waters, ex-vocalista do Pink Floyd, garantiu a realização de seu show para março.

“Após tocar nas ruínas de Pompéia achei natural tocar nas Ruínas do Beira-Rio”, disse o cantor que se encantou com os destroços do estádio.

A confirmação do show ainda depende da assinatura do contrato entre Inter e Roger Waters.

“Será assinado semana que vem”, garantiu o presidente do Inter, Giovanni Luigi.







quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

15 anos do Bi

15/12/1996 - Grêmio bicampeão brasileiro.
Um campeonato que vivi muito de perto, estava no estádio Olímpico no último jogo da primeira fase, perdemos por 3 x 1 do Goiás.
Até hoje, muitos da imprensa dizem que entregamos para prejudicar o Sport Club.
Mas este, nem precisou de ajuda para se prejudicar, se prejudicou sozinho, perdendo para o Todo Poderoso Bragantino, com direito a perder um pênalti.
No Olímpico, o jogo foi ruim mesmo, a torcida indignada com o time em campo. Quando o jogo já estava perdido mesmo a torcida passou a acompanhar a eliminação do adversário.
Este campeonato ainda teve um magistral Grêmio 3 x 1 no Flamengo. 3 gols do Paulo Nunes.
Na fase mata-mata, eliminamos o Palmeiras, 3 x 1 no Olímpico e perdendo de 1 x 0 lá.
Seguimos eliminando o Goiás (eles de novo), com outro 3 x 1, em Goiania e empate em 2 x 2 no Olímpico.
A final seria contra a Portuguesa, time queridinho do Brasil e que tinha eliminado os dois times mineiros nas finais.
Primeiro jogo, 2 x 0 em São Paulo.
Nunca vou esquecer duas coisas: Capitão Adilson saindo do campo dizendo: "calma que vai dar".
E Paulo Nunes dizendo: vamos ganhar por 2 gols em Porto Alegre.
15/12/1996 - Estádio Olímpico. Um calor infernal. Estádio lotado, jogo às 19h00 mas o estádio estava lotado desde o meio da tarde.
Estava junto com o meu pai, que me acompanhou nos jogos desde a queda para a segunda divisão em 1992, até às glórias da Era Felipão.
Começo do jogo, 2 minutos. Gol do Paulo Nunes, no goleiro "chama gol" Clemer.
O Estádio Olímpico explodia.
Mas o jogo seguiu tenso. Difícil.
O sol tórrido se punha, veio a noite e não vinha o segundo gol, tão necessário.
Passada metade do segundo tempo e nada do gol.
Aos 35 minutos do segundo tempo, saiu Dinho. Ele diz para o Felipão: Coloca o Ailton, ela vai fazer gol.
Substituição feita.
Na minha frente, umas crianças, acostumadas com aquelas conquistas históricas, choravam.
Tentando passar segurança mas já carregando nas costas muitas derrotas e lembranças de como doía para as crianças essas derrotas. Disse para eles o que tinha dito o Adilson uns dias atrás: "calma que vai dar".
37 minutos do segundo tempo. Cruzamento do Carlos Miguel. Afonsão sobe, a bola volta para Ailton, que sem deixar a bola cair, marca.
Não vi o gol, só vi a rede balançando e a torcida atrás do gol explodindo.
O Olímpico era um grito só.
Grêmio. Bicampeão do Brasil.