segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Grenal

Que final de semana emociante para a torcida Gremista.
Desde sexta-feira, milhares de torcedores foram ao Olímpico se despedir do estádio que nos deu tantas alegrias. Foram tirar as últimas fotos, contemplar pela última vez o estádio.
Para, domingo, termos o último jogo. Um Grenal.
O Grêmio sem seu ataque titular, viu o Sport Club ser colocado como favorito pela Imprensa durante a semana.
Porém, ambos os times entraram cautelosos. O Grêmio com um André Lima isolado.
Ficou claro que o melhor caminho para o Grêmio seria jogar em cima do Ratinho, o que Anderson Pico tentou algumas vezes, sem que o Grêmio aproveitasse as oportunidades.
Mas, por um pragmatismo do técnico Luxemburgo, ao invés de colocar o Leandro mais cedo em campo, para aproveitar essa jogada, o técnico escolheu deixar tal substituição para o segundo tempo.
Aí, o Sport Club resolveu apatifar o jogo.
Muriel Boné ia tomar um gol antológico, por cobertura. Resolveu fazer o que mais sabe fazer: borboleteou e meteu a mão na bola fora da área e foi expulso. 
Aconteceu o pior para o Grêmio: Ratinho saiu. 
Com um jogador a mais, o Grêmio cresceu em campo, dominou a partida.
Outro ponto crucial da partida: Werley sentiu uma pancada na cabeça e teve que sair para entrar Saimon, o que perturbou a defesa gremista.
Mas também perturbou Leandro Damião, que fez falta violenta em Saimon e foi expulso. Nova apatifada do Sport Club para parar o jogo.
O Grêmio pressiona. O Sport Club, então, resolve avacalhar de vez com o jogo. Osmar Loss chuta para longe uma bola (este ano, Kleber Gladiador foi expulso pelo mesmo Heber Lopes por jogar a bola um pouco para a frente em uma cobrança de falta, mas Loss não foi expulso por isso).
Saimon se irritou e empurrou o treinador do Sport Club. Virou briga a partida.
Saimon e Loss expulsos.
Então, um rojão, vindo não sei de onde (talvez da torcida do Inter ou de alguém infiltrado na torcida do Grêmio) não atinge o preparador físico do Sport Club. Mas em uma atuação que lembrou do goleiro Rojas, ele cai no chão.
Mais confusão.
O jogo poderia ter uns 10 minutos de acréscimos. Mas Heber resolve se mandar e aproveitas as diárias que recebeu por apitar o jogo e termina a partida.
Daí, a cena mais incrível. D'Alessandro, QUE NÃO JOGOU NADA NO GRENAL, resolve voltar para a barca e comemorar junto à sua torcida, pelo fato de não terem perdido e que a apatifada que fizeram ter dado certo.
E a torcida, e imprensa, vibraram com isso.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Ah, a imprensa...

O Grêmio tratava da renovação do Luxemburgo e surgiam notícias de dispensas e contratações.
Foi o suficiente para uma enxurrada de notícias sobre insegurança no grupo do Grêmio, com medo dos jogadores serem dispensados ou estarem fora dos planos de 2013.
Agora, Dunga passa uma semana em uma modorrenta negociação com o Sport Club e já vem falando em mudar atitude no vestiário e renovar o grupo.
Ninguém publicou nada sobre insegurança no grupo.
Igual, ninguém falou nada sobre o Sport Club ir para o clássico com o aprendiz de técnico, Osmar Loss.

Há 30 anos

Saiu na coluna Há 30 anos, da ZH de hoje.
E eu achando que o caso Alex, em 1991, tinha sido algo inédito.


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Adeus, Olímpico.

Não sei ao certo quando comecei a ser gremista.
Nasci em 1977. Quadro dias após o meu nascimento teve o Grenal 229. Grêmio venceu por 3 x 0.
Lembro de ter na janela do meu quarto um adesivo do "Sócio dos 80 anos". Tinha um uniforme do Grêmio que usava bastante.
Com certeza o adesivo na janela e o uniforme foram técnicas do meu pai para me fazer ser gremista. 
Deu certo.
A primeira vez que fui no Olímpico, eu tinha 9 anos. Meu pai era amigo de alguém do jurídico do Grêmio e ficamos na Tribuna de Honra. Confesso que foi meio estranho, eu, todo entusiasmado com o jogo, agitando a minha bandeira, cercado de nobres gremistas que pareciam que estavam assistindo a uma ópera.
O Grêmio ganhou do Juventude por 4 x 0. No time tinha Mazaropi, Baidek, Renato, Valdo... 
E após o jogo, tivemos acesso ao vestiário e pude pegar autógrafos dos jogadores. 
Naquela época, o futebol era no rádio. Raramente passava na televisão, ainda mais, jogos do Grêmio. Não tínhamos a fartura que há hoje.
Sequer havia produtos de marketing. A antiga lojinha do Grêmio parecia um depósito, com um balcão.
Mesmo assim, a gurizada acompanhava o Grêmio como podia.
Então, passei anos sem ir ao estádio, voltando apenas em 1993, machucado pelo rebaixamento no ano anterior.
Aí sim, posso dizer que foi a minha estréia no Olímpico. Na social. 
Quem não se admira em ver aquele monumento de concreto? Aquele tapete verde.
Aquelas arquibancadas que aos poucos eram lotadas pelos torcedores.
Sentir o cheiro da pipoca, do amendoim. Ouvir os vendedores de café e achar engraçado os vendedores de whiskey, vestidos como garçons de restaurantes duvidosos e com cara de que metade da garrafa do whiskey foi bebida pelos próprios vendedores.
Não recordo contra  quem foi o adversário, mas iniciei um período de frequência assídua ao Olímpico. Ia em quase todos os jogos, até 2000.
Vi o Grêmio sendo campeão gaúcho, vencendo Grenais. 
Ganhando uma Copa do Brasil. 
Perdendo uma Copa do Brasil ao som do Hino Gremista. 
Vi o Grêmio jogando uma Libertadores e fazendo a primeira partida da final contra o Nacional da Colômbia. 
Vi o Grêmio sendo campeão brasileiro, em uma partida dramática. Tensa.
Vi o Grêmio renascendo uma segunda vez.  
Não programei uma despedida do Olímpico, fui em alguns jogos nos últimos anos, neste ano, especialmente, gostei da virada em cima do Cruzeiro, essa partida teve um ar especial de despedida.
Melhor assim, uma despedida aos poucos, serena. 
Para então, sem perceber, já terei várias boas lembranças na nossa nova casa.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A verdade do Caso Mahicon Librelato

Para quem não sabe, Mahicon Librelato foi um jogador do Criciúma, emprestado ao Sport Club, em 2002, ano em que eles se safaram do rebaixamento após um jogo "atípico" contra o Paysandu, em 17/11/2002.
Librelato era ídolo da torcida. 
Morreu alguns dias depois (28/11/2002), em um acidente de carro.
Passado um tempo, sempre que o Criciúma vinha jogar em Porto Alegre, reclamava do seguro do jogador. Diziam que não receberam a indenização. 
A família também reclamava.
O fato chegou a ser noticiado na Bola Dividida, da ZH, então sob o comando do excelente Mário Marcos.
Então um dia, um dirigente do Sport Club estava no programa Band Esporte Show, comandado pelo Cristiano Silva.
O dirigente se vangloriava das excelentes contas do Sport Club, que estavam todas pagas.
Mandei um email questionando sobre o seguro do Mahicon Librelato...
O dirigente surtou. Disse "que tudo estava acertado" e que eu deveria cuidar do meu clube.
Não tive direito à réplica.

Pois bem, 10 anos depois, a verdade foi dita:


Negados pedidos do Inter, do Criciúma e do espólio 
de Mahicon Librelato para receber seguro de vida

Sem contrato de seguro válido não há pagamento da indenização securitária aos beneficiários. Com esse entendimento, a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) negou a tripla apelação interposta por Sport Clube Internacional, Criciuma Esporte Clube e Espólio de Mahicon José Librelato da Silva, que ingressaram com recurso após terem tido negadas as ações de cobrança do valor do seguro de vida do jogador, morto em acidente de trânsito. Os magistrados mantiveram a decisão do Juiz de Direito Murilo Magalhães Castro Filho, que julgou conjuntamente as ações, considerando-as improcedentes, uma vez que, quando Mahicon Librelato faleceu, em 28/11/02, a apólice já estava cancelada por atraso no pagamento das parcelas.
O caso
Em 28/11/02, o jogador Mahicon José Librelato da Silva faleceu em um acidente de trânsito em Florianópolis. O carro dele saiu de controle na Avenida Beira-Mar e acabou sendo jogado para dentro do mar. O Sport Clube Internacional havia feito um seguro de vida para o atleta, em caso de morte acidental, no valor de R$ 4.600.000,00. O clube reclamou a indenização respectiva, que foi negada pela SOMA Seguradora S/A, sob o argumento de que o seguro havia sido suspenso, e depois, cancelado por ausência de pagamento do prêmio. O Internacional (Proc. 10501175095), então, ingressou na Justiça com ação ordinária de cobrança contra a seguradora que, mais tarde, passou a chamar-se Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada S/A.
O Criciúma Esporte Clube (Proc. 10600903455), que revelou o jogador, também acionou a seguradora, dizendo-se beneficiário do seguro de vida individual do atleta e, nessa condição, reclamou o pagamento do capital segurado.
Ainda, o Espólio de Mahicon José Librelato da Silva (Proc. 10702597540) ingressou com ação, pedindo a nulidade da cláusula em que constaram como beneficiárias as agremiações esportivas e que fosse reconhecido o direito do espólio em receber o valor constante das apólices.
As ações foram reunidas por conexão e, ao final, julgadas conjuntamente improcedentes. A sentença negou pagamento do prêmio e o respectivo cancelamento das apólices. Os autores apelaram ao 2° Grau.
Recurso
O Internacional alegou que o endereço constante na apólice era o da corretora e não o do contratante, e, por isso, não recebeu as notificações de modo válido. E, assim, o seguro de vida do atleta não poderia ser considerado cancelado. As duas agremiações sustentaram que a pretensão do espólio esbarra na coisa julgada originária de ação trabalhista, que já havia afastado o direito da família como beneficiária.
O espólio do atleta, entretanto, argumentou que o nome do beneficiário não foi lançado de próprio punho pelo segurado e que o seguro deveria reverter à família do falecido.
Decisão
O relator da apelação, Juiz-Convocado Niwton Carpes da Silva votou por manter a sentença de 1° Grau. O magistrado destacou que na data em que o segurado faleceu (28/11/02), o contratante estava com quatro prestações em atraso e destacou que, imediatamente no dia seguinte ao acidente, o Internacional colocou as parcelas em dia, o que o magistrado considerou um comportamento relapso e escorregadio.

A má-fé e astúcia do autor (Inter) contratante foi a de que tão logo soube da morte do segurado, objeto do seguro, ocorrida no dia 28/11/02, apressou-se em recolher as prestações do prêmio em atraso, isto é, no dia seguinte ao sinistro (em 29/11/02), o contratante adimpliu com as parcelas do prêmio vencidas. Mas não é só. Recolheu as prestações vencidas, com largo atraso, de mais de quatro meses e pelo valor nominal, sem o acréscimo de juros, correção monetária e eventual multa, observou o relator.
Ainda, o Juiz afastou a alegação de que o clube de futebol desconhecia que o seguro havia sido cancelado uma vez que, quando o contrato foi celebrado, o endereço para correspondência informado foi o do corretor de seguros do contratante. Essa mesma informação constava no certificado de seguro e em todos os DOCs de pagamentos que eram pagos pelo autor. Logo, não podia alegar desconhecimento, justamente após a ocorrência do sinistro. O magistrado salientou ainda que, para o mesmo local, foram enviados os cheques que rejeitaram os pagamentos após a ocorrência do sinistro.  
Em relação ao Criciúma Esporte Clube, o magistrado destacou que o contrato colocava obrigação mútua de manter o seguro do atleta. Já o Espólio, apresenta confusão entre seguro de vida, o que ocorreu e se está discutindo nos autos, com seguro contra acidentes de trabalho, previsto na Lei Pelé, com a intenção de cobrir os riscos a que os atletas estão sujeitos, do que não se está a falar nos autos.
Os Desembargadores Luís Augusto Coelho Braga e Artur Arnildo Ludwig acompanharam o voto do relator. 
Proc. 70038860524


Com a palavra, o dirigente que teve o ataque histérico.