sábado, 24 de agosto de 2013

Integração inédita da cidade

Ontem quando li na internet essa notícia e hoje vendo a capa e lendo a matéria da Zero Hora, lembrei-me de uma frase que meu amigo RW sempre cita, do Eduardo Galeano: "Eles nos mijam e os jornais dizem que chove".

Inacreditável o cinismo e a cara de pau da matéria.


O resumo da ópera: a cobertura do Beira-Rio vai avançar na calçada e invadir a avenida Padre Cacique, que ainda por cima, terá que ser recuada.

Privatizaram a avenida e a calçada e entregaram ao clube que já havia ganho os Eucaliptos e o aterro do Beira-Rio. 
Se não fossem estas ajudas estatais, o Sport Clube seria um time de bairro até hoje.
Mas quem tem amigos, tem tudo, não é mesmo?

Mas vamos aos detalhes desse estupro de engenharia e de jornalismo:
Diz a matéria: 

A cobertura tomará por completo a calçada.
Invadirá o meio fio.
E avançará 2m e 20cm sobre a Padre Cacique.
Se bobear, algum caminhão cegonha é capaz de bater na estrutura.
Mas essa "mão grande" é chamada de "integração inédita na cidade"

Vejam um exemplo:
Jovens alemães fazendo uma integração inédita na Polônia em 1939:


É a mesma coisa.

Segue a matéria dizendo que o projeto da Padre Cacique sofrerá alterações e um desvio de 200 metros.
Ou seja, a avenida será afunilada naquele ponto, para a alegria dos motoristas.

E tem mais, a responsável pela obra, a famosa Diana Oliveira diz:

A vice-presidente colorada Diana Oliveira, responsável pelas obras, concorda que será necessária uma "conduta social" diferenciada para sustentar essa proposta de integração entre o empreendimento e o espaço público.
— Em princípio, não haverá demarcações entre o público e o privado. Só que isso vai depender das experiências que surgirem. Teremos um forte esquema de vigilância com câmeras. Mas, se o estádio sofrer ataques frequentes, por exemplo, infelizmente vamos precisar de uma separação — pondera Diana.
Tomaram a rua e a calçada na mão grande.
Claro, e dizem isso agora, quando a obra está mais adiantada.
Por que não disseram lá no início?

Sem contar que esta atrocidade viola o Plano Diretor de Porto Alegre: http://www.portoalegre.rs.gov.br/planeja/spm/3c2.htm

Um parente meu, tem uma casa na praia e a churrasqueira e o telhado da churrasqueira avançaram sobre a calçada.
Mas a prefeitura dessa cidade no litoral não entendeu que meu parente fazia uma "integração inédita da cidade".
Mandou tirar o telhado.

Fico pensando o que seria dito se isso acontecesse na Arena.
Com certeza, MP, Brigada, Bombeiros e Prefeitura ingressariam com medidas judiciais de Embargo da Obra.
A construção ficaria parada.
Mandaria derrubar tudo.

Arena Maldita. 





sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Eles podem tudo...

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/inter/noticia/2013/08/beira-rio-avancara-sobre-calcada-e-pedestres-passarao-por-baixo-da-cobertura-4244813.html

As diferentes formas de se dar uma notícia

Comparem o destaque que a manchete dá em cada uma das notícias:

Down-Mampituba e IVI:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/inter/noticia/2013/08/fernandao-fala-pela-primeira-vez-sobre-saida-do-inter-e-alerta-estrutura-e-defasada-4243672.html

Fernandão fala pela primeira vez sobre saída do Inter e alerta: "Estrutura é defasada"
Capitão do Mundial em 2006 estava em silêncio desde que deixou o comando do time no ano passado


Up-Mampituba:
http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2013/08/22/fernandao-abandona-futebol-e-critica-estrutura-do-inter-so-tem-puxadinho.htm

Fernandão abandona futebol e critica estrutura do Inter: "cheio de puxadinho"

Como liberaram sem laudo estrutural?

Eu não sou engenheiro nem técnico de segurança.

Mas como pode uma estrutura de metal e madeira onde ficarão 10.000 pessoas ser liberada sem um laudo estrutural?

Vão apresentar o laudo quando? Em dezembro?

Ah sim... mas o Inter diz que já reparou a parte que entortou e está tudo bem...

A Arena teve que apresentar até o boletim escolar dos trabalhadores da obra para ser autorizada a reabrir.


Só no RS da IVI mesmo.


Pendência23/08/2013 | 18h25

Inter reitera que seguirá em Novo Hamburgo, mas ainda deve laudo estrutural à CBF

Durante a goleada do Inter sobre o Salgueiro, com apenas 2,3 mil torcedores no estádio, duas pranchas da arquibancada vergaram

Inter reitera que seguirá em Novo Hamburgo, mas ainda deve laudo estrutural à CBF Ricardo Duarte/Agencia RBS
Ainda que o estádio siga liberado, o Inter deve um laudo de estabilidade estrutural à CBFFoto: Ricardo Duarte / Agencia RBS


O Inter seguirá em Novo Hamburgo. Ao menos por enquanto. Ontem, a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros realizaram nova vistoria no Estádio do Vale, a fim de constatar se a arquibancada metálica, no setor Central, teve a estrutura comprometida ou não. Durante a goleada do Inter sobre o Salgueiro, com apenas 2,3 mil torcedores no estádio, duas pranchas da arquibancada vergaram. A vistoria, porém, apontou para a manutenção da liberação do Vale.

— Chamamos a empresa de engenharia responsável pelas arquibancadas metálicas e eles solucionaram os problemas localizados nas pranchas. Elas haviam vergado e foram consertadas — disse o tenente-coronel Cláudio Rieger, comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar, em Novo Hamburgo. — Não haverá interdição de qualquer parte da arquibancada Central. Está tudo liberado, como antes — complementou o tenente-coronel.

Ainda que o estádio siga liberado, o Inter deve um laudo de estabilidade estrutural à CBF. O clube ganhou prazo de 60 dias para comprovar que o Estádio do Vale tem a segurança para suportar torcedores pulando durante 90 minutos sobre as arquibancadas metálicas de Novo Hamburgo.

Ganhamos este prazo para encaminhar o laudo. Está tudo bem. Mas, como ele é demorado, a Engenharia da UFRGS ainda precisará de uns dias para apresentá-lo à CBF — afirmou o vice de administração do Inter, José Alfredo Amarante, salientando que os engenheiros da UFRGS testaram até 960 quilos de peso sobre cada prancha das arquibancadas do Vale. — O que ocorreu nessa arquibancada foi algo pontual, que foi corrigido e que não ofereceu riscos aos torcedores — afirmou Amarante.

O dirigente colorado ainda questionou a informação do diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, que declarou ter recebido um pedido do Inter para alterar a partida contra o Goiás para o Estádio Centenário, em Caxias do Sul.

— Nossa casa agora é Novo Hamburgo, já temos até hotel contratado na cidade. Caxias se tornou uma alternativa. Seguiremos mandando nossas partidas no Estádio do Vale, mesmo as grandes, como contra o Corinthians e o Gre-Nal — declarou Amarante.

Apesar do desmentido da direção, o Inter tratou de ampliar o seu contrato com o Caxias. O acordo inicial, que iria até o final de setembro, foi estendido para 31 de dezembro. A diferença, porém, é que o Inter pagará um aluguel por jogo, e não uma mensalidade, como ocorreu desde o começo do ano.

Mesmo que Novo Hamburgo não tenha se tornado a panela de pressão esperada pelo Inter, a equipe de Dunga seguirá jogando no Estádio do Vale. E espera, enfim, ter o apoio maciço de sua torcida, já nesse domingo, contra o Goiás de Walter, Renan e Enderson Moreira.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Arquibancadas do Camp Nóia entortaram

Olhem isso:



E aqui a foto do METAL ENTORTADO:



Isso que só 2000 pessoas estavam nessas arquibancadas.
E não as 10.000 pessoas previstas.
E já teve as estruturas de metal entortadas!
Imagine isso em um Grenal, com a arquibancada cheia de gente!
Ah, mas quem criticava essa barbaridade era ridicularizado, criticado...
Que obra da engenharia!
Que segurança!
Que maravilha!
E tudo autorizado!