segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Espírito de Felipão

O tempo é milagroso.
Nos faz esquecer dos problemas, torna mais suaves os tempos difíceis.
O Grêmio tinha muita dificuldade com o Felipão nos anos 90.
Cada partida era um parto.
O time jogava feio. Dava chutão.
Mas ganhava.
Para quem não viveu ou não lembra daquela época, fiquem desde já avisados.
Com isso, fico espantado com quem queria uma atuação magistral do time do Grêmio ontem contra o Criciúma.
O Grêmio jogou feio. Mas ganhou.
Com Felipão é assim.
E eu não estou criticando. Até gosto deste estilo, mesmo que nos mate do coração às vezes.
Mas o ponto mais interessante do jogo foi justamente a volta do estilo Felipão.
Eu não gostava do Felipão "Paz e Amor" da Seleção.
Eu gosto do Felipão que quando botava o Grotto no segundo tempo, para segurar o resultado, era chamado de burro pela Social do Olímpico e que virava para nós e nos mandava tomar no C*.
Esse Felipão andava sumido.
Esse Felipão voltou ontem.
Cito dois exemplos:
O árbitro reserva estava reclamando de alguma coisa com o Felipão e tomou uma mijada fenomental.
O árbitro foi se esconder na área técnica do Criciúma. Nem na área da arbitragem ele quis ficar, pois era muito próxima da área do Grêmio.
Outro exemplo: quando um jogador do Grêmio estava sendo atendido fora de campo, o Felipão ordenou que o Rhodolfo fosse amarrar a chuteira do Marcelo Grohe.
Quando o jogador do Grêmio se recuperou, a chuteira do goleiro tinha terminado de ser amarrada.
Ah, mas é feio catimbar contra o Criciúma.
Pode ser.
Mas eu prefiro isso a ver aquele Grêmio que toma gol irregular, ou tem pênalti marcado contra e abaixa a cabeça e não fala nada.

É feio.
É um horror.
Mas é o espírito do Felipão.
E ele andava nos fazendo muita falta.


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