terça-feira, 26 de maio de 2015

Isolamento

Eu sei.
Muita gente vai ler isso e falar: "tá politizando", "não gosto de política".
Mas infelizmente para quem não gosta de política de clube, os clubes são governados por quem gosta MUITO de política".
Eu também, não gosto de política de clube.
Tenho saudade do tempo de infância em que nem sabia quem era o Presidente do Grêmio.
Só queria saber se o Renato ia jogar, só queria ver notícias sobre o Mazaropi, Valdo, Lima...
O problema é que a desorganização política do Grêmio influencia no futebol.
Então, para falar dos problemas do futebol, temos que falar da questão política.

No ano passado, a atual gestão do Grêmio encaminhou um projeto para recriar o cargo de vice de futebol.
Foi uma medida para poder colocar o Fábio Koff em um cargo para a eleição, mas era um cargo que ele poderia se ausentar quando quisesse, sem ocorrer ruptura institucional, o que ocorreria se ele fosse presidente. Por isto ele não concorreu a presidente.

Pois bem.
Criado o cargo de vice de futebol.
Cargo que JAMAIS foi ocupado depois de criado.
Ou se foi, foi por poucos dias, pois Koff se afastou por problemas de saúde.
Então, quem seria o vice?
Passados 80 e tantos dias, surge a notícia: Romildo vai ocupar o cargo de vice de futebol também.
Eu acho um erro isto, e a demonstração de um problema grave do Grêmio.
E não acho um erro por Romildo não ter nenhuma experiência de vestiário. Isto ele pode surpreender e se sair bem.
Acho um erro pelo acúmulo de cargo.
Como é que ele, como vice de futebol, vai responder aos atletas sobre o pagamento de uma premiação de jogos ou metas, se ele também é o Presidente?
Como ele, como vice de futebol, pode negociar com os jogadores um atraso no pagamento de salário, se ele também é o presidente que assina os cheques?

E mais: Como é que ele, com todo apoio que teve, não arranjou NENHUM vice de futebol?
E este é um problema no Grêmio: na hora da eleição tem muita gente que diz: "vota no fulano que eu estou com ele". Depois da eleição, todos somem.
Com Duda Kroeff foi assim. Foi eleito posando ao lado de Cacalo e Koff.
Depois não tinha vice de futebol. Ninguém queria assumir.
Mas na eleição, muitos diziam: "vou estar com ele ajudando no futebol".

Agora ocorre o mesmo com Romildo.
Foi eleito com muitos discursos de "vou estar com ele".
Depois de eleitos, todos sumiram.
Romildo está sozinho, tendo que acumular cargos.
É hora dos apoiadores darem, efetivamente, suporte ao Presidente.

Aliado a isto, foi noticiado que Romildo vai centralizar a contratação do treinador.
Não vai nem falar com os seus vice presidentes eleitos.
Só ele quem decide.
Está isolado na Presidência.
Acho isto preocupante.


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