Uma coisa que eu sempre reclamo é de que certos assuntos são timidamente tratados pela mídia.
São assuntos que circulam em redes sociais, rodas de conversa... mas nunca são publicados.
Ninguém está acusando ninguém, nem se quer que haja irresponsabilidade por parte da imprensa mas ao menos podiam trazer estes assuntos ao debate.
Foi assim com o assunto da alienação do Beira-Rio, que somente foi tratado pela mídia quase dois anos após eu ter publicado o questionamento sobre o edital da BRio.
Mas agora eu falo do caso da FIFA.
Estes esquemas eram novidade para alguém?
Se suspeitava de muita coisa. Ou alguém acha que um dirigente fica 20 anos em um cargo apenas por amor ao esporte?
E bastava alguém ler algum dos livros do Andrew Jennings que lá estava todo o esquema que agora é revelado.
Tanto que, quando houve aquela denúncia de venda de ingressos na Copa do Mundo, todos os envolvidos, pessoas e empresas estavam citadas no livro do Jennings.
Mas para muitos, aquilo era uma surpresa.
Estava tudo lá.
Mas ninguém lia. Ou ninguém dava importância.
Até teve jornalistas locais que na época desqualificavam o Jennings.
Mas ele estava certo.
Da mesma forma como agora, no caso da FIFA.
Tudo estava nos livros.
Bastava alguém ler e se interessar pelo assunto e quem sabe, fazer alguma matéria sobre isso, entrevistando os envolvidos.
Não poderiam desvendar o caso, mas ao menos, poderiam ajudar a desmascarar o esquema.
Ninguém fez.
Sorte que o FBI fez.
Um excelente texto sobre Andrew Jennings está nesta edição do Washington Post.
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