segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

No Rio Grande, é diferente

Esta é uma frase dos anos 80.
Pelo menos, eu acho que é.
No Rio Grande, é diferente.
Se usava esta frase para falar dos políticos gaúchos.
Eu acho que a frase surgiu para dizer que o Governador Jair Soares, do PDS, não era da mesma turma do Paulo Maluf, também no PDS.
Quando saia uma notícia sobre corrupção e só apareciam nomes Up-Mampituba, se dizia: Ah, no Rio Grande é diferente.
Esta frase se aplica agora na FIFA/CONMEBOL/CBF.
Estão prendendo até o porteiro da FIFA e o entregador de água da CONMEBOL.
A CBF está acéfala.
E tem gente que foi por muito tempo, próximo destes ora apenados.
Gente que chamava o Presidente da CBF de "DOUTOR RICARDO".
Circulava com desenvoltura nos corredores da CBF, CONMEBOL, FIFA... mas nunca se cogitou qualquer envolvimento em trambiques.
Ah, por que no Rio Grande é diferente.
A única coisa que se pode acusar tal dirigente de ter feito de nefasto ao futebol foi ter lançado o Dunga como treinador.
Fico pensando neste dirigente conversando com O DOUTOR RICARDO, Nicolaz Leoz, Blatter, J Hávila... então o papo começava a ser propipa de direitos de transmissão.
Este dirigente saia correndo da sala, com as bochechas rubras (este dirigente fica muito rubro) e com os dedos nos ouvidos gritando LÁLÁLÁLÁLÁLÁLÁ, para não ouvir nada.
É por que no Rio Grande é diferente, Doutor Ricardo devia falar, rindo.
Este dirigente foi amigo por anos do Doutor Ricardo, e nunca ouviu nada.
Nadinha.
Nunca suspeitou de propinas nos contratos.
Tem outro dirigente.
Amigão do pessoal da CONMEBOL.
Amigão do Leoz, do Eugenio Figueredo, do Juan Ángel Napout.
Compartilharam muitos churrascos.
Passava os verões com o Eugenio Figueredo.
Tomavam o mesmo copo de caipira.
Um devia emprestar a sunga para o outro quando um deles esquecia a vestimenta.
Ligava todos os dias para o Juan Napout e disse, quando este foi preso: que ele era tão legal, não sabia que ele se envolvia nesse tipo de coisa.
É por que no RS é diferente.
Imagina essa corja da CONMEBOL tramando a divisão da propina e este dirigente larga o copo de caipira e saia correndo da sala, com as bochechas rubras (este dirigente fica muito rubro) e com os dedos nos ouvidos gritando LÁLÁLÁLÁLÁLÁLÁ, para não ouvir nada.
É por que no Rio Grande é diferente, os três deviam falar, rindo.
É amigo do Figueredo há décadas. E nunca ouviu nada de desabonatório ou suspeito.
Como é bom que estes dirigentes, apesar da grande amizade com estes púrias, não se enlamearam.
E a imprensa nem precisa perguntar nada para eles, pois no Rio Grande é diferente.
Para que perguntar sobre estas maracutais?
Para que perguntar para o amigo do Doutor Ricardo?
Para que perguntar para o amigão do Eugenio Figueredo?
No Rio Grande, é diferente, ora bolas.
Por exemplo, aqui no RS não é que nem nas outras Federações, onde a mesma dinastia governa há anos, sem deixar surgir oposições. 
Federações malvadas, como a catarinense.
No Rio Grande é diferente.
Aqui as oposições nem tem por que se lançar candidatas, pois o trabalho está sendo muito bem feito.
É que no Rio Grande, é diferente.



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