quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Olímpico 59 anos


59 anos, meu velho.
Meu querido estádio Olímpico.
Onde eu fui pela primeira vez em 1986, numa vitória por 4 x 0 contra o Juventude.
O Olímpico hoje é aquela casa da vó, casa dos pais.
Antiga, saudosa, mas com alegrias em cada canto.
Hoje, nos mudamos para uma casa nova.
Tudo arrumadinho, limpo, uma maravilha.
Mas gostamos da casa da vó, da casa antiga dos pais.
Casa com seus problemas, o sofá podia não ser confortável, a TV era antiga.
Mas tinha lembranças maravilhosas.
Casa em que brincamos em cada canto.
Corremos pelas arquibancadas.
Casa onde encontrávamos os amigos.
Velho Olímpico.
Uma pena que não chegarás aos 60 anos.
Como a casa da vó, você será demolido.
Irá dar lugar a prédios.
Espero que tu dê trabalho nessa tua última peleia.
Incomode esses engenheiros que mais parecem atacantes adversários adentrando a nossa pequena área.
Estrague os tratores deles com os teus ferros.
Faça uma goteira em cima dos explosivos deles.
Que os teus fantasmas assombrem os técnicos que querem te derrubar.
Quando acionarem os explosivos, Olímpico, resita.
A torcida vai vibrar como um título se ver uma parte de ti em pé quando a nuvem baixar.
Resista como Alcindo resistia aos zagueiros adversários.
Fique em pé elegantemente, como Airton Pavilão sempre jogou.
E, quando, derradeiramente fores derrubado, nossa lembrança ficará contigo.
Como a casa onde fomos felizes.

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