terça-feira, 17 de setembro de 2013

Variações de público dependendo o dia do jogo

Excelente material do site da Globo Esporte: http://globoesporte.globo.com/platb/teoria-dos-jogos/2013/09/13/distorcoes-na-tabela-do-brasileirao

É feita uma análise verificando a diferença de público e renda dependendo o dia em que o jogo ocorre.
Isso é interessante, especialmente pelo fato do Grêmio ter passado quase um semestre sem jogar na Arena nos domingos.

Distorções na tabela do Brasileirão


sex, 13/09/13
por Vinicius Paiva |
Quando um clube se encontra na condição de mandante, existe controvérsia no que se refere à melhoria do desempenho esportivo mediante grandes plateias. O próprio Brasileirão já proporcionou argumentos contra e a favor da tese. O Flamengo, enquanto em Brasília, encheu arquibancadas na mesma medida com que minguou pontuações. Para retomar o caminho das vitórias precisou do Maracanã – local de público menor e mais participativo. Já o São Paulo fez o inverso. Na zona de rebaixamento, barateou ingressos e viu seu desempenho melhorar na mesma proporção do público presente ao Morumbi.
Já o benefício financeiro resultante dos grandes públicos constitui verdadeiro axioma. Geram lucros tanto diretos (bilheteria em si) quanto indiretos (consumo de bares, restaurantes, camarotes, estacionamentos e lojas oficiais). Neste caso, a verdade caminha junto de uma interessante característica da audiência esportiva: no Brasil, o futebol tem mais público pela TV em dias de semana. Nos fins de semana, aumenta o público nos estádios. Sendo assim, ganha quem fizer mais partidas como mandante nos fins de semana.
Analisando a tabela do Brasileirão, descobrimos que até a 20ª rodada 65% das partidas foram jogadas em fins de semana. Portanto, era de se esperar uma distribuição relativamente equânime entre os clubes. Uns mais outros menos, que todos mandassem aproximadamente dois terços de seus jogos nestes dias. Surpreendentemente, não é o que se verifica. O responsável pelas tabelas é Bruno Santos, leitor do Blog Teoria dos Jogos:
Percebe-se que a variação é grande. No 1º turno, Atlético-MG, Goiás e São Paulo mandaram apenas 44% de seus jogos nos fins de semana. No extremo oposto, Corinthians, Cruzeiro e Ponte Preta fizeram nada menos que 90% de suas partidas nestas condições. Até o fim do campeonato a situação se ameniza – Atlético-MG e Goiás sobem a 63%, por exemplo. Mas o Corinthians segue nadando de braçada, com 16 das 19 partidas em fins de semana (84%). O Tricolor paulista é o maior prejudicado, jogando no Morumbi apenas 53% dos fins de semana.
Para termos uma ideia da diferença, a única partida do Corinthians numa quarta-feira havia sido seu pior público: 23.849 pagantes diante do Grêmio, pela 10ª rodada*. Separando jogos de meio e de fim de semana, percebemos não mais Corinthians: o Flamengo é o campeão de público aos sábados e domingos:
*Pela 19ª rodada o jogo Corinthians x Náutico (lanterna da competição) recebeu 22.712 torcedores e tomou o posto de “pior público” no Pacaembu.
 
A propósito, a torcida do Flamengo não se mostra chegada aos jogos de meio de semana: média de apenas 10.598 torcedores, a 11ª do campeonato. Subindo a incríveis 37.594 nos fins de semana, incremento de 254%. As estatísticas contemplam a 20ª rodada, completada na última quinta.
Com base nas tabelas acima, um cálculo de média ponderada** indica como ficaria o ranking de público do Brasileirão caso todos fizessem 65% dos jogos em casa nos fins de semana:
** [(Tabela “meio de semana”) x 0,35 ] +[(Tabela “fim de semana” x 0,65)]
Os bons números do Rubro-Negro aos fins de semana pesariam a ponte de fazê-lo ultrapassar o Corinthians, trazendo consigo o São Paulo – que seria aquele com melhora mais acentuada (18%).  As duas torcidas que demonstram maior propensão ao comparecimento em fins de semana estão justamente entre as que menos jogam nestas datas.
No fim das contas, a frieza dos números nem sempre se confirma mediante a realidade das arquibancadas. Mas o fato de haver clubes com mais jogos do que outros em determinadas condições é algo a ser considerado pela CBF no momento da elaboração de suas tabelas. Assim, evitam-se acusações e suspeições de quaisquer naturezas.

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