sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Frustração

O que se pode falar do Grêmio?
Estou desde ontem pensando no que escrever e ainda estou com dificuldade.
Falo do Presidente? Do treinador? Das questões políticas? Da organização? Da ansiedade da torcida?

Koff:
Difícil falar do presidente Koff.
Presidente mais vitorioso do Grêmio.
Em 1993, eu e um amigo estávamos com uma faixa no Olímpico escrita: FICA KOFF, pois ele pensava em não ser candidato à reeleição.
Mas isso já está fazendo 20 anos.
Futebol mudou.
Há 20 anos, se podia demitir um treinador campeão que o máximo que se ouvia era reclamação nas sociais do Grêmio.
Hoje, qualquer especulação de contratação já gera uma enxurrada de comentários nas redes sociais.
E a culpa não é da rede social.
Nem o dirigente deve ser refem dela.
Mas o dirigente precisa estar atento e se comunicar com o torcedor.
Me parece que falta ao Grêmio mais diálogo, mais contato com o torcedor.
Falta, por exemplo, um dirigente afirmar qual é o nosso objetivo na Copa do Brasil.
Falta dizer qual é o nosso objetivo no Brasileirão.
E falta convocar a torcida.

Planejamento:
Eu insisto que um dos grandes problemas do Grêmio é a falta de planejamento e de continuidade nos projetos.
Grêmio desde 1998 não tem um presidente que faça o seu sucessor.
E desde 2008 que sequer um presidente é reeleito.
Trocamos tudo a cada dois anos.
Não tem como dar certo.

Ansiedade da torcida:
A torcida do Grêmio anda bipolar demais.
Se ganha, é o melhor time do mundo.
Se perde, é o pior.
Culpa da ansiedade da torcida por um grande título.
Mas não tem como um grande título surgir do nada.
O Grêmio precisa ter uma base, um time que ganhe, por exemplo, o campeonato gaúcho (por isso que eu insisti tanto para o Grêmio não largar o Gauchão desde ano).
Com um título, por menor que seja, já diminui a ansiedade da torcida e do próprio time. Dá confiança para confrontos maiores.

Frigideira de jogadores:
Segunda-feira, Maxi era a esperança da torcida.
Hoje vejo gente dizendo que ele é enganador.
Lucas Coelho também. 
Não dá para colocar esses jovens jogadores na frigideira tão rápido assim.
Pois é assim que perdemos esses jogadores, que depois vão brilhar em outros clubes.
Não é assim que tem acontecido há vários anos?

Renato:
Eu dizia que Renato não era o meu técnico preferido para este momento.
Gostei do Renato em 2010.
Não gostei do Renato de 2011.
O time era confuso e não gostava das críticas que ele fazia aos jogadores na beira do campo.
O Renato de 2013 está muito parecido com o Renato de 2011.
E será que Koff conseguiria demitir Renato?

Retrospecto do ano:
Em 2012, o Grêmio empatou com o Coritiba em casa.
Jogo muito difícil.
E em 2013, perdemos.
Só que o problema não é o jogo de ontem.
É o retrospecto do ano.
Temos só duas boas partidas no ano. Fluminense no Rio e Caracas em Porto Alegre.
Só isso.
Muito pouco para o que a torcida esperava para este ano.

Frustração da torcida:
Fico muito preocupado em ver a frustração da torcida e dessa nova geração de Gremistas.
Uma geração que era criança no título da Copa do Brasil, em 2001.
São Gremistas que tem 25/27 anos hoje.
Sem contar os gremistas mais jovens que nem isso viram.
É uma geração que ouvia falar em Fábio Koff, Renato, Felipão e Jardel através das histórias contadas pelos pais ou irmãos mais velhos.
É a geração que acreditou em Koff quando ele disse que "O Campeão estava voltando".
Acreditou que "ele sabe o caminho".
É uma geração que está se frustrando de novo.
O prometido time brigador, não veio.
A prometida organização, não veio.
Os prometidos títulos, ainda não vieram.
E estamos em agosto e já tem muita gente falando que o ano acabou.
Nem em "comemorar vaga para a Libertadores" mais se fala.
Confesso que sinto muita pena de ver Koff nessa situação.
Acho que a figura mitológica de Fábio Koff não merecia isso.
Não merecia esse time em campo.
Mas ele é o responsável por isso.

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