sábado, 10 de agosto de 2013

A implosão de um jornal

A leitura do jornal Zero Hora de hoje lembrou um episódio do The Walking Dead.
Um exército de zumbis atacando um individuo encurralado.
Mordidas por todos os lados, membros arrancados.
O indivíduo? O Grêmio.
Os zumbis? Os jornalistas isentos.
Rolou de tudo.
Desde entrevistas com ex-presidentes sobre o mau momento do Grêmio a levantamento estatístico que comprova que a Arena é uma desgraça para o Grêmio.

Isso porque o Grêmio empatou um clássico e perdeu um jogo em casa.
Verdade, o desempenho do Grêmio desagradou no último jogo.
Mas no Grenal foi satisfatório.
A culpada é a Arena.
É o Renato.
São os jogadores.
É a pipoca.
Todo o mundo.

Como se no Olímpico o Grêmio já não tivesse passado por períodos de irregularidade.
E o que é pior, em 07 de agosto se falava da invencibilidade do Grêmio na Arena no Brasileiro. Aqui.
Três dias depois, implodiram a Arena.

Espero que a Zero Hora faça como fez quando Paulo Santana quis implodir o Mercado Público e escreva que os pensamentos (?!) de Ticiano Osório não representam a opinião do jornal.

Mas o problema não é esse.
É a sequência de ataques que o Grêmio sofre.
Ano passado, quando o Inter despencava na tabela, só se publicava quantos pontos e qual o aproveitamento que o Inter precisava para o título ou a vaga para a Libertadores.
Jamais entrevistaram o empresário do Bolívar para saber quem eram os "vaselinas" do vestiário.
Jamais escreveram que Dagoberto fazia gols no Cruzeiro, enquanto Damião ficou 101 dias sem marcar.
Jamais questionaram que Luigi prometia que o Beira-Rio não seria fechado, depois que seria aberto em dezembro/2012, depois que abria em julho...
Jamais escreveram sobre a Alienação Fiduciária do Beira-Rio, que eu publiquei em primeira mão.
Jamais questionaram onde serão os lugares que a AG vai usar no estádio e como será a venda destes lugares.
Fizeram lista de brigas nos estádios e esqueceram da briga no centenário.
Fizeram até uma lista de campeonatos que o Inter ganharia, se não perdesse pontos.

No Grêmio, por outro lado, publicam matérias falando em crise em Quito e crise em Porto Alegre.
Teve a crise da pipoca.
Falaram que "quem não gosta de pipoca e cachorro-quente passa fome na Arena.
Fome.
Entrevistas com o pai de um ex-jogador do Grêmio.
entrevista com dono de concessionária de veículos sobre o acidente do Vargas, sem antes entrevistar alguém do clube.
Crise. Crise. Crise.

Só para comparar.
Quanto o Inter estava para cair e enfrentou o Palmeiras, a capa da Zero Hora era de um menino colorado, com um olhar de esperança e o título NA CAPA era: JOGUEM POR ELE.

Matéria emotiva, para tocar os jogadores.

Quando o Grêmio estava para cair só faltou a manchete: que não volte mais.

Eu não quero uma imprensa oficialista, puxa-saco.
Quero uma imprensa menos raivosa.
Que não tenha um jornalista que poste no twitter: Luxemburgo vai cair na segunda, bem típico do Grêmio.
Que trate as crises dos dois lados de forma igual.
Que critique quando a crítica é justa.
E que parem de nos tratar como imbecis.

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