Quanto mais dinheiro, maior o desprezo pelos ‘simples mortais’.
A família Assis Moreira construiu um muro em sua mansão para aterrar uma área para construir um campo de futebol.
A pressão da terra foi tão grande que o muro – construído sem alvará – desabou e atingiu violentamente a casa vizinha.
Apesar de toda a grana que possui, a família Assis Moreira achou por
bem que não tinha que indenizar o vizinho, que foi obrigado a recorrer à
Justiça, que tarda e por vezes falha, mas também é muitas vezes justa.
A indenização total é de 500 mil por danos materiais e morais.
Vale a pena ler a decisão magnífica e exemplar do juiz Alex Gonzalez Custódio, a quem envio meus cumprimentos.
Abaixo transcrevo um trecho da decisão e o link de onde extraí a informação, o blog gremistasempre.blogspot.com.br:
Parte da decisão judicial:
O feito comporta julgamento antecipado, não sendo necessária a
produção de outras provas, fulcro no art. 330, inciso I e II, do Código
de Processo Civil.
Constata-se a desconsideração e o desrespeito que o dinheiro e fama
em excesso podem causar em uma pessoa, mesmo com seus vizinhos, em total
descaso, mesmo conscientes de que causaram prejuízos a terceiros,
necessitando essas pessoas virem a Juízo buscar a satisfação de seus
direitos.
E não é a primeira vez que isso ocorre!
Os requeridos entendem estarem acima da lei e da Justiça,
ocultando-se para não serem citados, como bem comprova a certidão do
Oficial de Justiça, em Notificação interposta pelos autores, a fls.
109-verso dos autos, em que suspeitava que o Sr. Roberto de Assis
Moreira estava ocultando-se para impedir o cumprimento de ordem
judicial.
Também não é a primeira vez que isso acontece nesse Juízo!
Em nova tentativa de notificação do Sr. Roberto de Assis Moreira, o
Oficial de Justiça certificou a dificuldade de acesso ao condomínio em
que reside o réu, com nova suspeita de ocultação, fl. 114-verso, somente
sendo notificado na pessoa do seu Procurador, conforme se constata a
fl. 117-verso.
Repiso o que afirmei em Sentença anterior com relação a postura e
conduta do Sr. Roberto de Assis Moreira: é pessoa tão comum quanto um
gari que recolhe os dejetos na frente do Forum! Não é sua condição
financeira que determina quando e como ele possa ser citado, intimado ou
notificado.
O mesmo se diga de suas irmãs, conforme as certidões dos oficiais de justiça descrevem!
Ressalte-se que essa desconsideração com a Justiça chega ao ponto de
ter a família Moreira que ser defendida pela DEFENSORIA PÚBLICA, em
razão de não se conseguirmos localizá-los, mesmo depois de inúmeras
tentativas, esquivando-se de citações e intimações, como se isso pudesse
livrá-lo de responder pelo evento lesivo decorrente do colapso do muro
edificado por eles.
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