terça-feira, 22 de outubro de 2013

52 dias e nada

No final de agosto, o torcedor Gremista Evandro Kunrath foi atingido no rosto por duas balas de borracha, disparada pela Brigada Militar.
O torcedor corre o risco de ficar cego de um dos olhos.

No dia 30/08 foi noticiado que em até 40 dias, o autor do disparo seria identificado.
Passados mais de 52 dias, nada foi dito.
E ninguém foi punido.

Tá aqui a notícia: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2013/08/brigada-militar-espera-identificar-em-ate-40-dias-policial-que-disparou-no-rosto-de-gremista-4253098.html

Torcedor baleado30/08/2013 | 21h52

Brigada Militar espera identificar em até 40 dias policial que disparou no rosto de gremista

Ao falar sobre torcedor que corre risco de ficar cego, comandante-geral diz que PMs devem "mensurar atitudes"


Brigada Militar espera identificar em até 40 dias policial que disparou no rosto de gremista Patricia Kunrath Laurino/Arquivo Pessoal
Duas balas de borracha foram retiradas do rosto de Evandro no Hospital de Pronto Socorro Foto: Patricia Kunrath Laurino / Arquivo Pessoal
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Fábio Duarte Fernandes, pretende descobrir em até 40 dias quem foi o autor do disparo contra o rosto do gremista Evandro Godoy Kunrath.

Na quarta-feira, antes do jogo entre Grêmio e Santos, Evandro foi atingido por pelo menos duas balas de borracha durante um confronto entre torcedores e PMs, em frente à Arena. Testemunhas garantem que o bancário de 40 anos em nenhum momento se envolveu no tumulto. Liberado hoje do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, o gremista ainda corre risco de ficar cego.

Abaixo, leia os principais trechos da entrevista que o coronel Fernandes concedeu nesta sexta-feira a Zero Hora:


Ferimentos nos olhos de Evandro Kunrath são "extremamente graves", conforme médico  Foto: Arquivo pessoal

Zero Hora — Como o senhor avalia a situação de Evandro Godoy Kunrath, que foi atingido por uma bala de borracha e pode ficar cego?
Fábio Duarte Fernandes — Lamento o que ocorreu. Não gostamos que a Brigada Militar, que se dedica a trabalhar pela segurança das pessoas, seja a causadora de uma lesão como esta. Já determinei a abertura de um Inquérito Policial-Militar para apurar os responsáveis. É claro que a corporação atua em momentos de tensão, mas os policiais precisam mensurar suas atitudes, precisam ter em mente um cálculo tático sobre o emprego da força.
ZH — É possível identificar o policial que efetuou os disparos?
Fernandes — Sim, temos mecanismos para isso. Precisamos esclarecer os fatos, tanto para encontrar o autor dos disparos — que depois, se for o caso, poderá ou não ser punido pela Justiça — quanto para corrigir ações futuras da Brigada Militar. Nossa orientação é de que esses disparos sejam feitos da cintura para baixo. Precisamos entender por que o rosto do rapaz foi atingido, se ele estava abaixado ou não. Tudo isso o inquérito vai apurar.
ZH — Em quanto tempo o senhor terá uma resposta?
Fernandes — Dentro de 30 ou 40 dias, já teremos uma reposta do encarregado pelo inquérito.
ZH — E quem será o encarregado?
Fernandes — Não está definido. A Corregedoria-Geral da Brigada está avaliando esta indicação. Provavelmente, como normalmente ocorre, será um integrante do batalhão envolvido no episódio (foi o 11º Batalhão de Polícia Militar que atuou no confronto em frente à Arena, onde Evandro foi atingido).
ZH — Não pode haver parcialidade em uma apuração coordenada por alguém que trabalha na mesma unidade do autor dos disparos?
Fernandes — Poder, pode, mas a decisão final é do comandante. Determinei que a corregedoria acompanhe todo o inquérito. Via de regra, a Brigada tem atuado de maneira muito transparente e eficaz nesses episódios. Não há qualquer intenção de acobertar ninguém e, caso isso ocorra, a corregedoria vai identificar e eu vou intervir. Para esclarecer esse episódio e identificar as responsabilidades, não vamos desviar o foco em nenhum momento.
ZH — O senhor se comunicou com a família de Evandro?
Fernandes — Estamos solidários e à disposição da família. Se (os familiares) quiserem procurar o Comando da Brigada Militar, estaremos dispostos a prestar qualquer esclarecimento. Mas sei que este momento é muito pessoal, é um momento de dor, não gostaria de intervir. É um episódio também lamentável para os servidores envolvidos na operação. Os policiais jamais gostariam de atingir um inocente, de provocar esse tipo de situação.

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